Texto: Mateus 4:1-11
Introdução:
Na última vez que nos encontramos, começamos com esta seção muito importante das Escrituras. Lembre-se de que Jesus tinha acabado de sair das águas do batismo. Ele tinha acabado de ser ungido pelo Espírito Santo e declarado ser o Filho de Deus em quem Seu Pai se comprazia (Mt 3:13-17).
Agora é hora de Sua
prova. “Jesus foi levado pelo
Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mt 4:1). Esta prova foi a vontade de Deus para Ele e Ele foi obediente
à liderança do Espírito. Sua prova ocorreu no deserto, assim como a nação de
Israel foi testada no deserto antes de entrar em sua herança na terra
prometida.
O tentador era o
diabo. A palavra “tentado” pode significar tentar ou solicitar o pecado
ou pode significar testar ou tentar provar o caráter. Deus prova nossa fé.
Satanás nos tenta com o pecado. Como algo que o diabo faz, deve ser tomado como
tentar, no sentido de tentar induzir ao pecado. Mas o que o diabo vê como uma
tentação, Deus usa como uma prova para provar a fidelidade de Jesus. O que o
diabo quer para o mal, Deus projetou para o bem.
Já vimos Jesus
resistir a uma tentação.
Depois de passar 40
dias e 40 noites sem comer, Mateus 4:3 diz: “Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus,
manda que estas pedras se transformem em pães”. O tentador atingiu Jesus com uma necessidade física legítima, mas ele
desejava que Jesus cumprisse essa necessidade de uma forma ilegítima. Era uma
tentação usar sua filiação para seu próprio conforto em vez de depender da
provisão de seu Pai e da liderança do Espírito.
Mas em vez de
sucumbir a essa tentação, Jesus se tranquilizou sobre o que fazer citando as
Escrituras em Mateus 4:4 “Jesus,
porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda
palavra que procede da boca de Deus”.
Mais necessário do que pão para Jesus era a obediência à Palavra de Deus. Jesus
venceu a tentação de transformar pedras em pão para satisfazer Sua própria fome
crendo na palavra de Deus. Jesus se concentrou no espiritual, não no físico, na
palavra de Deus, não na palavra do tentador, e na obediência a Seu Pai, não em
suprir Suas próprias necessidades. A prova demonstrou Suas qualificações como o
obediente Filho de Deus e o Salvador do mundo.
Hoje, daremos uma
olhada rápida na segunda tentação de Jesus. Aqui, o cenário muda do deserto
para Jerusalém. Mateus 4:5 diz: “Então,
o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo” (Mt. 4:5). Este era provavelmente o topo do
que era conhecido como pórtico real de Herodes no canto sudeste do recinto do
templo. Este pináculo era a maior altura ao redor do templo e dava vista para o
vale do Cedrom, cerca de 450 pés abaixo.
Daquela altura o
diabo disse a Jesus: “e lhe disse:
Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos
ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para
não tropeçares nalguma pedra” (Mt
4:6) Jesus venceu Sua primeira tentação apelando para a palavra de Deus.
Tomando nota de Sua devoção às escrituras, o diabo então usou as escrituras
contra Jesus. John Phillips escreve isso sobre como o diabo usou as escrituras:
Satanás citou o
Salmo 91:11–12 não dos manuscritos originais hebraicos, mas da tradução da
Septuaginta, a mesma versão que Jesus havia usado para derrotar a primeira
tentação. Nesta segunda tentação, a Septuaginta foi particularmente útil ao
diabo porque os tradutores haviam acrescentado as palavras “a qualquer
momento”. Satanás não apenas se aproveitou da adição injustificada; ele também
teve o cuidado de deixar algo de fora: “para te guardar em todos os teus caminhos”. E ele omitiu o Salmo 91:13, que fala do Senhor pisando no leão e na
víbora e pisoteando o leãozinho e o dragão sob Seus pés. Naturalmente, Satanás
nem queria pensar sobre esse versículo! Assim, ao lidar com as Escrituras,
Satanás usou uma tradução conveniente, parafraseou-a para servir a seu próprio
propósito, aceitou avidamente uma adição, deliberadamente deixou algo de fora e
ignorou o contexto. O Senhor conhecia Sua Bíblia melhor do que se deixar levar
pela versão distorcida de Satanás de um grande e muito amado Salmo Messiânico.
Tenha cuidado, nem
todo mundo que cita as escrituras as está usando corretamente ou ensinando-as
com precisão. O diabo distorceu uma escritura sobre a proteção de Deus em uma
tentação de presumir sobre o cuidado de Deus. Seu objetivo era encurralar Jesus
em um canto com as Escrituras.
Por que isso
seria uma tentação para Jesus?
Ajuda a entender algumas das expectativas judaicas da época. Ao ler os
Evangelhos, fica claro para nós que os judeus esperavam que o Messias chegasse
à cena com um estrondo. Para onde quer que olhemos, eles querem ver sinais
milagrosos Dele (Mt 12:38; 16:1; Jo 2:18; 4:48; 1 Co 1:22).
Um desses milagres
que os judeus esperavam era a chegada milagrosa do Messias ao templo. Malaquias
3:1 profetiza: “Eis que eu envio o
meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu
templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais;
eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos”. Alguns judeus pensaram que isso significava até mesmo que o Messias
poderia descer do céu ao templo. O diabo tentou Jesus a fazer algo espetacular,
um sinal real de ser o Filho de Deus. Ele disse: “Se és Filho de Deus, atira-te abaixo” (Mt 4:6). Seria uma prova garantida de sua messianidade.
Quantos hoje
foram atraídos por essa mesma tentação? Saia e prove que você acredita em Deus. Faça Deus provar que Ele pode
libertar. Eles saem e fazem algo completamente tolo, sem nenhuma outra razão
além de fazer Deus provar a Si mesmo. Em um sentido extremo, é isso que os
manipuladores de serpentes e os bebedores de veneno fazem. Em um sentido menos
extremo, é isso que qualquer um faz quando ignora o óbvio e espera apenas pelo
sobrenatural. Satanás estava insistindo para que o Senhor fosse presunçoso,
não confiante. Há uma linha tênue entre confiar em Deus e tentar a Deus.
Como Jesus
respondeu a essa tentação? Mateus 4:7, “Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu
Deus”. Jesus novamente apela à
palavra de Deus citando Deuteronômio 6:16. Jesus sabia que as Escrituras nunca
se contradizem. Esta seção de Deuteronômio é um aviso contra a desobediência.
Ouça Deuteronômio 6:16-19:
“Não tentarás o
SENHOR, teu Deus, como o tentaste em Massá. Diligentemente, guardarás os
mandamentos do SENHOR, teu Deus, e os seus testemunhos, e os seus estatutos que
te ordenou. Farás o que é reto e bom aos olhos do SENHOR, para que bem te
suceda, e entres, e possuas a boa terra a qual o SENHOR, sob juramento,
prometeu dar a teus pais, lançando todos os teus inimigos de diante de ti, como
o SENHOR tem dito” (Deuteronômio
6:16-19)
Os israelitas
tinham posto o SENHOR seu Deus à prova em Massá ao exigirem água (Êxodo 17:1-7). Claro, Deus havia prometido fornecer água
para eles, mas eles queriam que Deus a fizesse aparecer a seu pedido. Eles
queriam forçar Deus a honrar Sua palavra naquele momento. Eles estavam
questionando a presença de Deus com eles, colocando Deus à prova. E se Ele não
agisse como eles queriam, eles ameaçaram voltar para o Egito. Então, em
Deuteronômio 6, Deus ordenou que eles nunca mais fizessem isso.
Vamos lembrar de
algo valioso aqui. Deus nos
prova, nós não provamos Deus. Nós somos os que estão sendo julgados, não Deus.
Deus não tem nada a provar para nós, nós temos tudo a provar para Ele. Deus não
é um gênio em uma garrafa que você pode exigir que apareça sempre que desejar
colocá-lo em exposição. Sua Escritura é dada não para que você possa usá-la
contra Ele ou exigir coisas de Deus. Sua Escritura é dada para que você conheça
Sua vontade e Sua natureza e Seu Salvador Jesus Cristo — e que você confie
Nele.
Jesus confiou em
Deus, mas não provou Deus.
Jesus é nosso Senhor e nosso exemplo. Na semana passada, aprendemos a focar em
Deus e em Sua palavra, não em suas necessidades e desejos. Deus cuidará do pão,
se você busca o reino. Esta noite, aprendemos a confiar pacientemente em Deus.
Não tente forçá-lo a aparecer instantaneamente e fazer algo espetacular para
você. Em vez disso, confie que Deus tem um plano. Confie que Ele é capaz de
completá-lo. Confie e obedeça. Olhe para Jesus. Hebreus 12:1-2 diz:
“Portanto, também nós,
visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas,
desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia,
corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando
firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria
que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está
assentado à destra do trono de Deus” (Hebreus
12:1-2)
Hoje temos o
privilégio de obedecer ao Senhor observando as duas ordenanças que o Senhor
Jesus deu à Sua igreja: o batismo e a Ceia do Senhor. Como vimos em Mateus 3,
Jesus em Seu
batismo se identificou com os pecadores. Agora, no batismo do crente, nos
identificamos com Cristo, Sua morte e ressurreição para o perdão dos nossos
pecados e o presente de uma nova vida ressuscitada. Fazemos uma profissão
pública de nossa fé em Jesus que morreu por nós e ressuscitou dos mortos.
Na Ceia do Senhor,
lembramos da morte sacrificial de nosso Senhor e Seu sangue que nos purifica do
pecado. Proclamamos a morte do Senhor e nossa fé de que Ele está vivo e
voltará. Enquanto cantamos nosso hino de convite, aproveite este tempo para
examinar a si mesmo e seu relacionamento com Deus. Você é salvo? Você creu em
Jesus Cristo para perdoar seus pecados? Você nasceu de novo como filho de Deus?
Você está confiando Nele e em Sua palavra diariamente para vencer a tentação e
mantê-lo longe do pecado? Volte-se para o Senhor Jesus Cristo hoje.
Continua no próximo estudo...